domingo, 28 de agosto de 2011

TIRINHA DA MAFALDA

É preciso que ampliemos nossas convicções!!!





"Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros."

[Che Guevara]

3 comentários:

Leon K. disse...

Olá,

A tirinha é engraçada, exatamente porque é alegórica. Só não sei se é bem assim que "os políticos" veem a educação. Digo isso porque o problema da educação não é, na sua essência, um problema político. Se fosse, ela não estaria presente nos discursos de muitos desses políticos. O problema da educação é, antes de tudo, um problema econômico. É preciso que entendamos que mudar a educação tem um preço, que nem todos aceitam pagar. A questão é: quem paga? Os políticos? Claro que não... não sai do bolso deles. Mas sai do bolso de alguém, e é nesse alguém que reside a natureza do problema, e não nos políticos. Os políticos são representantes, mas não são representantes da população como corpo uno e coeso... há os representantes "deles" e os "nossos". Não precisa dizer quem é maioria... O fato é que o discurso genérico contra os políticos é conveniente pra essa elite que é beneficiada, porque ela termina saindo limpa na história, e ao mesmo tempo quando juntamos todos os políticos no mesmo saco, nós mesmos não conseguimos diferenciar quem tá do lado de cá e quem tá do lado de cá, ou seja, quando não conseguimos perceber a diferença entre quem representa o explorador e quem representa o explorado, então a exploração tem terreno fértil pra se reproduzir... é por isso que não compactuo com discursos genéricos nem os recomendo, e é por isso que eu ainda vejo direita e esquerda se manifestando claramente no espectro político brasileiro. As conveniências de lado a lado realmente acontecem, quando a luta política se intensifica (e a História tem mil e um exemplos que provam que a luta política, em qualquer caso, é somente questão de tempo), tais campos políticos sempre manifestam mais claramente de que lado se interpõem.

Ainda não fui pra nenhuma assembleia do sindicato, mas quando for direi o mesmo que dizia quando era presidente do Grêmio do Cefet, seis anos atrás: a luta por uma educação livre é uma luta contra privilégios da nossa elite, que não é a elite política. O político que recebe 30 mil reais não faz mal nem a uma mosca. É, sim, contra privilégios de multinacionais, de industriais, de especuladores, de gente que acha que educação deve formar somente peão. São pessoas que recebem milhões, os mesmos milhões que saem do bolso do operariado, das domésticas, dos motoristas de ônibus e de nós, professores.

É preciso amadurecer o discurso, ir além da oposição pura e simples. É preciso pensar novas formas de manifestação, e é preciso focar onde o problema realmente está atravancando as mudanças. Estive no Congresso da UNE mês passado, estava lá o Haddad, ministro da educação, defendendo efusivamente os universitários que reunidos pediam 10% do PIB pra educação e aplaudindo com convicção os servidores grevistas, mas o que pode o Haddad fazer se dentro do Banco Central e dentro do Ministério da Fazenda tem um monte de tucano velado aumentando taxa de juros e prendendo o Brasil ao eterno pagamento de sua dívida?

É brabo o negócio... mas com luta se consegue, somente nela que acredito. Boa sorte ao movimento!

Jailma Lopes disse...

Leon,

Nossa, muito boa suas ideias! Esse comentário me fez perceber a incoerência que eu - Jailma. Com minhas próprias convicções, escreverei algo sobre isso. Uma coisa que nos meus dia a dia sempre cobro e me cobro, é que ampliemos nossas convicções, e em um momento de euforia me vejo, bitolada a ver apenas o que está na minha frente.
Reconheço meu momento de equivoco! Realmente é preciso vejamos "além".
Alterei o poster, muito obrigada pelo comentário.

Att,
Organização do blog.

Deftones disse...

Olá,

Que bom que gostou do comentário e aceitou como uma crítica construtiva. Acho que existe mais mérito em quem reconhece um equívoco, reflete sobre ele e o corrige do que quem consegue identificar e apontar.

E não só você se vê em certos momentos presa a ver somente o que está diante de si. Ocorre com todos, em maior ou menor grau. Por isso que precisamos de (auto)vigilância constante...

Saudações.