terça-feira, 25 de outubro de 2011

Greve no IFRN/ OFF


"Os servidores do IFRN dos campi de Natal e do interior decidiram hoje (24) de manhã suspender a greve que já durava 68 dias. As aulas serão retomadas na próxima segunda (31) nos campi de abrangência da seção Natal do Sinasefe. Como o Campus Mossoró tem uma seção própria do sindicato, decidirá em separado , amanhã, pelos rumos que o movimento irá tomar na cidade." Sinasefe






Segunda-feira (24) foi decidido a suspensão da greve no IFRN!
Voltaremos às aulas nesta segunda (31/10).

Alguns com saudade... outros nem tanto.
O fato é que precisamos ter consciência que há muita coisa errada... muita coisa pra ser feita. Precisamos continuar com a luta, mesmo voltando ao nosso ano letivo.

Um bom retorno a todos!


sábado, 15 de outubro de 2011

Aos mestres, com carinho...

Verdades da Profissão de Professor...

“Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho. A data é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda."

[Paulo Freire]

Um pouco de inspiração para o árduo ofício de professor...

Adoráveis professores....

Por Rosangêla

Como professora que sou, eu poderia passar o dia de hoje reclamando de tudo, dos baixos salários, da falta de condições da educação brasileira, da falta de respeito pela profissão mais importante do mundo, da preguiça dos alunos, etc-etc-etc, mas uma vez que tudo isso é a verdade mais do que absoluta, vou fazer algo diferente e mostrar que, de uma forma ou de outra, a sétima arte entende bem melhor o que é ser um professor do que as nossas próprias instituições.

Se a ficção imita a realidade é algo ainda a se discutir, mas que ela cria professores absurdamente reais é inegável. Vou mostrar-lhes os meus dez professores mais queridos do cinema e comentar o pé que cada um deles têm com essa dita e nem sempre bem amada realidade.

1. Mark Thackeray (Sidney Portier, em Ao Mestre Com Carinho): Em 1967, quando o filme foi lançado, imaginem o que era um professor negro inserido numa sociedade onde a diversidade era um grande mito? Thackeray enfrentou todos os preconceitos da época, numa escola elitista, em meio a alunos alienados e uma admistração que desacreditava completamente no jovem dos anos 60 (geralmente considerado problemático, drogado, desmotivado). É o meu professor fílmico mais amado e estará no topo da minha lista de adoráveis para sempre.

2. Katharine Watson (Julia Roberts, em O Sorriso de Monalisa): Ms Watson tem os ingredientes essenciais da professora criativa: é meiga, inteligente, revolucionária, cáustica. Convivendo com os ditames da rígida educação para moças, nos anos 50, ela vê-se dividida entre duas situações extremas: educar para a vida ou educar para o lar. Logo percebe que as alunas vão para a escola para terem a chance de encontrar um bom marido e não propriamente pela aprendizagem libertadora. A educação das mulheres é mecânica e suas vontades são tolhidas. Após entrar em conflito com as alunas e a instituição, Katharine decide deixar a escola, mas não sem antes fazer com que as meninas enxerguem que elas podem ir além do que acham que podem. Amo-a por ser principalmente uma professora visionária e firme em suas convicções.

3. Louanne Johnson(Michelle Pfeiffer, em Mentes Perigosas): Após abandonar a carreira de oficial da Marinha, Louanne decide realizar o grande sonho de se tornar professora de literatura. Anos mais tarde, consegue uma turma que a escola chama de “turma especial”, mas não faz ideia do porquê. Não dura mais do que uma aula para a jovem professora perceber que tem a turma mais problemática da escola. Louanne entra então em um contexto onde precisa enfrentar todas as adversidades, não apenas educacionais, e sim de vida e sobrevivência. Esta é uma professora especial porque não lida somente com a problemática relacionada aos alunos, mas com o grande paradoxo que é a instituição educacional como um todo.

4. Clémente Mathieu(Gérard Jugnot, em A Voz do Coração): Um mestre sem igual, Clémente Mathieu é também um músico decadente que precisa de emprego. Enviado a um orfanato no meio do nada para lecionar, logo descobre que seus alunos, meninos com severos problemas de conduta, podem ter uma forte inclinação para a música. Modificando totalmente o comportamento dos alunos, Clémente passa a ser a pessoa mais importante em suas vidas. Amo este professor por seu olhar lírico sobre a educação, por saber que é preciso levar o aprendiz a enxergar o que de mais valioso existe dentro de si.

5. Erin Gruwell (Hilary Swank, em Escritores da Liberdade): É a jovem professora de uma escola elitista obrigada a oferecer uma cota para alunos marginalizados. Erin é então designada para essa turma de alunos em conflito com suas próprias vidas e com a sociedade. Logo descobre que ensinar significa muito mais do que uma escola bonita e tarefas de casa. Quando percebe que seus alunos não conhecem nada de literatura, porque é vetado a eles o acesso aos livros da bilbiioteca da escola, ela mesma compra os livros e os encoraja a lerem e escreverem os próprios diários. O conjunto dos melhores textos são publicados no então famoso “Escritores da Liberdade”, livro que deu origem ao roteiro deste filme. Minha admiração por Erin encontra-se no modo como ela acredita na mudança do ser humano através da educação, seja ele pobre ou rico, de qualquer cultura, país, raça ou língua. Esta professora é um exemplo de crença no indivíduo e no poder transformador da literatura.

6. John Keating (Robin Williams, em Sociedade dos Poetas Mortos): Ele é o ex-aluno que se torna professor da Welton Academy, um colégio tradicionalíssimo para rapazes, no ano de 1959. Contrariando os métodos ortodoxos da educação que recebera no colégio, John desenvolve com seus alunos uma metodologia dinâmica e inovadora do ensino da literatura. Inspirados pelo novo mestre, os alunos revigoram a “Sociedade dos Poetas Mortos”, sem no entanto entenderem seu verdadeiro propósito. Eis um professor que amo e que vejo em alguns dos professores que já tive, por falar de literatura como literatura, uma célula viva que encontra refúgio dentro de cada um de nós, e não como um texto apenas, com um propósito e um fim. Lindo!

7. Dumbledore (Richard Harris/Michael Gambon, emHarry Potter): Não pode haver nome ficcional mais acadêmico e significativo do que Albus Percival Wulfric Brian Dumbledore. A gente pensa num professor-doutor e lá vem logo ele à cabeça, pois tem o glamour que o título exige, não é mesmo? (rsrsrsrs..) Brincadeiras à parte, Professor Albus Dumbledore ensina Arte da Transformação, na renomada Escola de Magia e Feitiçaria de Hogwarts. É respeitado pelo bom caráter, pela mente rebuscada, altamente inteligente, rápida e perspicaz, e pelo modo humano como trata os alunos. Lidera a Ordem da Fênix contra os desmandos do Lord Voldemort, implementando em Hogwarts a mais diversa quantidade de saberes mágicos, na tentativa de por fim às ameaças do bruxo contra Harry Potter e seus amigos. Dumbledore é adorável pela seriedade, pela amplitude de seus conhecimentos, por ser um sábio que não impõe nada, deixando que os mais jovens descubram, através das experiências, quais são seus verdadeiros direitos e deveres, e qual a implicação de suas atitudes na vida em grupo.

8. Rainer Wenger (Jürgen Vogel, em A Onda): O inovador professor de um colégio de ensino médio, super fã dos Ramones e engajado nos estudos de globalização, decide desenvolver um projeto com seus alunos, a fim de fazê-los entender o que foi o regime totalitário. Baseado em um experimento pedagógico real,A Onda é o exemplo prático de como os professores, no exercício convicto de sua profissão, têm o poder de criar o tipo de sociedade que desejarem. O que me impressiona em Wenger é a sua capacidade de persuasão, sua eloquência, sua armadilha desafiadora. Não fosse seu projeto ter-se voltado contra ele próprio, seria o exemplo de professor que toda educação precisa: o voraz.

9. Miss Stubbs (Olivia Williams, em Educação): Apesar de ser um personagem secundário no drama baseado nas memórias da escritora Lynn Barber, o papel da jovem professora é fundamental na mudança da perspectiva de vida da jovem Jenny Millar. Chateada com a reclamação do pai pelos gastos com sua rígida educação, a moça decide sucumbir aos encantos de um homem mais velho, que a leva a conhecer um mundo divertido e atraente, completamente diferente dos rigores, preconceitos e exigências da escola. Vendo que Jenny está pouco a pouco entrando num mundo de ilusões, Miss Stubbs leva-a a reconhecer que uma educação primorosa pode lhe proporcionar um bem sem igual: sua própria liberdade. A professora é o exemplo da valorização do trabalho feminino e o retrato de como a educação pode ser transformadora.

10. George Falconer (Colin Firth, em A Single Man): A educação não é omotif principal do filme baseado no romance homônimo de Christopher Isherwood, mas ser professor é uma parcela muito especial na caracterização deste personagem. George é um professor inglês radicado em Los Angeles que, após um evento trágico, entra em depressão. Pouco a pouco sua vida se torna uma sucessão de acontecimentos vazios, uma terrível rotina, sem emoções e sem sentido. Seu maior conflito é ter que desempenhar um papel diferente dentro e fora de sua própria lógica, viver sob o julgo dos padrões de uma sociedade que nem ao menos é a sua. O que chama a minha atenção neste papel é o fato de que a sobrevivência nem sempre está relacionada ao que gostamos, precisamos e/ou queremos.

Bonus: William Forrester(Sean Connery, emEncontrando Forrester): No filme, ele não é um professor de profissão, é na verdade um escritor, mas sua atenção para com o jovem negro que quer se tornar um escritor é impressionante. William Forrester é um escritor recluso que publicou um único romance, sucesso de público e crítica, que o colocou na lista dos melhores escritores de todos os tempos. Certa tarde, importunado pelos rapazes da rua, curiosos em saber como vivia aquela pessoa estranha, encontra Jamal Wallace, um rapaz negro, do Bronx, exímio jogador de basquete, que tem uma grande habilidade literária. Quando Jamal recebe a oferta de uma bolsa de estudos de um colégio elitista de Manhattan, percebe que tem uma chance ímpar de se tornar escritor. Forrester decide então ajudar o rapaz a mostrar que é muito mais do que um jogador de basquete.

Disponível em: http://rosangelaneres.com/2011/10/15/adoraveis-professores/

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

E o movimento grevista continua...

Olá pessoal,

Comunicamos que amanhã no IFRN – Campus Ipanguaçu, estaremos fazendo nossa reunião, pois como, na quarta feira, 12/10, será feriado estaremos realizando nossa reunião amanhã, terça feira, 11/10, onde discutiremos os rumos do nosso movimento grevista.
Estão convidados/as todos/as servidores/as do Campus e inclusive os alunos/as que puderem participar.
A atividade será pela manhã a partir das 9:30h.

Até lá! =]

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

EU ACREDITO...

... que Alunos e Professores se completam.

... que Professores e Alunos são os axiomas da educação.

... que o Aluno quer, um dia, ser como seu Professor.

... que o Professor quer, que um dia, seus Alunos tenham todo o sucesso do mundo.

Quando me recordo do tempo em que eu era Aluno (sempre de escola estadual), percebo o quanto sou grato aos excelentes Mestres que tive.

Quando me encontro com meus primeiros alunos (do ano de 2004), renovo minhas forças ao perceber que eles estão no caminho certo.

E quando estes alunos me dizem: "- Obrigado!"
Acredito que estou realizado profissionalmente.

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Só reforçando, não gosto dessa GREVE, particularmente, não gostaria de estar em GREVE, mas sei que, no passado, foi por causa de várias GREVES como essa, que hoje temos conquistas como a expansão dos IF's.
Sei que ainda falta muito para conquistarmos. Contudo, tenho convicção que a EDUCAÇÃO precisa da união dos Professores e Alunos.

Luciano Nóbrega

Professor de Matemática do IFRN - Campus Ipanguaçu.

Em comentário em um dos nossos pôster, o professor expõe seu sentimento em relação a greve, e tomamos a liberdade de publicar para o conhecimento dos demais.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Na expansão do ensino técnico, maior desafio é manter a qualidade

Em expansão no Brasil depois de décadas de atraso, o ensino profissionalizante vive entre extremos: tem desde centros de excelência, disputados em seus estados, até problemas tão básicos quanto falta de professores e laboratórios.

Em 93 anos, de 1909 a 2002, o país construiu apenas 140 escolas profissionalizantes. O projeto de expansão começou, ainda timidamente, segundo especialistas, no governo Lula, quando 214 unidades foram inauguradas. Agora, na gestão de Dilma Rousseff, a meta é chegar a 2014 com 562 unidades, apenas da rede federal, espalhadas pelo país, além dos 38 Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. Esse aumento na oferta de vagas permitirá, segundo a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec), do Ministério da Educação (MEC), matricular 600 mil alunos na rede técnica e profissionalizante.

A expansão faz parte do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), criado para democratizar a oferta dos cursos e ampliar também a oferta nas redes públicas - estaduais e municipais - e no Sistema S (Sesi, Senai, Sesc e Senac). Segundo Francisco Cordão, educador há mais de 40 anos e presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CNE), "o País precisa urgentemente dessa mão de obra". "A educação técnica no Brasil nunca foi valorizada. Mas, hoje, o ensino médio não atende à aspiração de grande parte da juventude, que não está voltada para a vida universitária. No Brasil, o ensino médio está cada vez mais ligado ao vestibular, ao Enem, e isso não atinge 20% da população que frequenta o curso. Existe uma grande parte que quer ser preparada para o mercado de trabalho."

País tem atraso de 50 anos, diz especialista - No entanto, de acordo com Cordão, não basta expandir a oferta oferecendo mais cursos, é preciso criar escolas com laboratórios específicos e fazer com que os estudantes dominem "conhecimentos e valores culturais de maneira integrada". "O CNE define agora as diretrizes para a formar a educação profissionalizante. O professor, por exemplo, não basta que seja licenciado, tem que dominar a prática. Esse é um grande desafio, e hoje não temos número suficiente de professores, não nos preparamos. Calculo que se dobrarmos o número, ainda assim será insuficiente."

"O País descuidou do ensino técnico, e hoje temos pelo menos 50 anos de atraso. Essa expansão acelerada da escola técnica e tecnológica de ensino médio, de pós-médio e universitário é importante. O país não pode mais ficar esperando as condições ideais, tem que correr atrás da formação docente, que ainda recebe atenção aquém do que deveria. E educação, acredito, se resolve com formação docente qualificada", diz Fernando Becker, professor da Faculdade de Educação da UFRS, lembrando que, para que a expansão dê certo, é preciso ainda boa infraestrutura. "As escolas devem ter laboratórios e menos aulas expositivas, com alunos decorando teoria. Devem fazer com que os estudantes possam participar de oficinas, de projetos, devem habilitar para uma profissão."

Aprovado em 2009 para o curso de Farmácia do campus Realengo do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, Gustavo Simão já teve que ir para a unidade de Nilópolis para ter aula. Isso porque, em Realengo, não tinha sala suficiente. Segundo o MEC, a construção de uma escola técnica custa R$ 7,2 milhões. "Às vezes, a aula tem que ser no campus do Maracanã. Além disso, não há laboratório de Farmácia em funcionamento atualmente", conta Simão.

Mas falta de laboratório não é privilégio de quem cursa Farmácia. O problema, segundo as alunas Nathalia Oliveira e Élida Miranda, se repete no curso de Fisioterapia. "Todos os laboratórios estão sendo usados como sala de aula, pois desde 2009 nenhuma turma se formou. Só entram alunos. A gente já teve que ter aula do lado de fora, no sol, e no refeitório. A biblioteca também é improvisada numa sala de aula", diz Nathalia.

Além da falta de laboratórios, os alunos enfrentaram a infraestrutura precária da unidade. "Quando entrei, em 2009, as salas não tinham cortina, persiana, ventilador ou aparelho de ar-condicionado. O teto é de telhas, e o que mais tinha era aluno passando mal por conta do calor", lembra Eric Borges, aluno de Farmácia.

Na unidade, a sala de informática também serve como sala de aula. Mas o pior, segundo os alunos, é a aula inaugural. Para todos os cursos, ela acontece no pátio da Igreja Nossa Senhora da Conceição, próxima ao campus. O auditório, no qual as aulas inaugurais deveriam ocorrer, ainda não foi construído.

Fincado na periferia de Maceió, o centro profissionalizante Aurélio Buarque de Holanda Ferreira foi construído para funcionar no conjunto Medeiros Neto. No entanto, a unidade, com capacidade para receber dois mil alunos em cursos como o técnico de informática, está abandonada há dois anos, por problemas burocráticos.

O prédio já foi arrombado várias vezes, e os ladrões levaram parte dos computadores. "Esse lugar é um perigo. Mesmo que ele seja inaugurado, quem vai estudar aí à noite? O pessoal tem medo", diz Pedro dos Santos, de 19 anos, que gostaria de ter aulas de informática.

Segundo a assessoria de imprensa, o secretário de Educação e Esportes, Adriano Soares, nega o abandono e diz que o centro deve ser inaugurado ainda este mês. Aberto, ele será o segundo centro profissionalizante de Alagoas, mantido pelo governo estadual. Hoje, o único que funciona fica em Coruripe, no litoral Sul do estado.

Ensino de excelência em Pernambuco - Marcado por problemas como déficit na aprendizagem, evasão escolar e falta de professores, o ensino técnico também oferece ilhas de excelência. A antiga Escola Técnica Federal de Pernambuco, transformada em Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, teve suas 1.920 vagas disputadas este ano por 17 mil alunos. E a Escola Técnica Estadual Agamenon Magalhães selecionou 1.830 entre 10 mil que disputaram uma chance em seus oito cursos.

A corrida não é para menos. O IFPE está com o quadro de 398 professores completo. Com 102 anos de funcionamento e transformado em IFPE no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ganhou com a maior autonomia financeira, segundo o diretor Moacir Martins Machado. Equipou-se e tem hoje cem laboratórios que servem a 16 cursos. Dois estão em fase de implantação: automação industrial (de nível superior) e mecânica automotiva (especialização técnica), ambos voltados para polos industriais que estão sendo implantados no litoral Sul (complexo industrial portuário de Suape) e litoral Norte (que se prepara para receber a Fiat). Aos 19 anos, Wolney Júlio Gonçalves se classificou para fazer o ensino médio junto ao técnico de química.

"O diferencial de terminar o ensino médio com formação profissional é ganhar logo o mercado de trabalho. Se eu fizesse o ensino médio convencional e fosse depender de universidade para me inserir, ia perder de dois a três anos pelo menos. Com o integrado, essa ponte fica mais curta."

O IFPE ensina não só tecnologia, mas também empreendedorismo. Uma das iniciativas é a Aromice, uma pequena SA/E (Sociedade anônima Estudantil), na qual os alunos aprendem todas as etapas na implantação de uma indústria. Para manter a empresa, o IFPE conta com ajuda de grandes corporações - como Santander e Gerdau - e de uma organização não governamental secular e internacional, a Júnior Achievement.

A reitoria do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Recife administra nove campi. De acordo com o governador Eduardo Campos (PSB), somando-se as estaduais e federais, Pernambuco deverá ter 100 mil alunos em escolas técnicas em 2014. Uma das mais tradicionais é a Escola Técnica Agamenon Magalhães, fundada há 83 anos.

O projeto Edificando Ideias - que terminou por produzir tijolo que usa fibra de coco - rendeu o Prêmio Nacional do educador, conferido pela Microsoft. "Nossos cursos são voltados para a demanda. O de design cresceu com o aumento do poder de compra da nova classe média", diz Sandra Domitilia de Carvalho, diretora da escola, que conta que no curso de edificações, os adolescentes mal entram no 1º módulo e já são chamados para estágios.

(O Globo)

terça-feira, 4 de outubro de 2011

José Saramago e a falsa democracia


Paulo Freire, pra que te quero? Pra refletir...

Aos profissionais da educação!

É inevitável passarmos por um movimento, de cunho social como o nosso, sem o mínimo de reflexão e criticidade, então fiquemos com as palavras de Paulo Freire - educador que elucida um projeto global de educação transformador, crítico e reflexivo, apontando para uma formação cidadã integral - como se propõe os Institutos Federais. Então nos debrucemos e reflitamos.


"Acho que se fosse possível a muitos dos professores que só trabalham dentro da escola — presos aos programas, aos horários, às bibliografias, às fichas de avaliação — que se expusessem ao dinamismo maior, à maior mobilidade que se encontra dentro dos movimentos sociais, eles poderiam aprender sobre uma outra face da educação que não se encontra nos livros.

[Em: Pedagogia da autonomia]

“Gosto de ser homem, de ser gente, porque não está dado como certo, inequívoco, irrevogável que sou ou serei decente, que testemunharei sempre gestos puros, que sou e que serei justo, que respeitarei os outros, que não mentirei escondendo o seu valor porque a inveja de sua presença no mundo me incomoda e me enraivece. Gosto de ser homem, de ser gente, porque sei que a minha passagem pelo mundo não é predeterminada, preestabelecida. Que o meu “destino” não é um dado, mas algo que precisa ser feito e de cuja responsabilidade não posso me eximir. Gosto de ser gente porque a história em que me faço com os outros e de cuja feitura tomo parte é um tempo de possibilidades, e não de determinismo.”

[Em: Em pedagogia da autonomia]

Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade.

[Em: Pedagogia da autonomia]

os professores poderão dizer que lêem as revistas e os novos livros técnicos e se mantêm atualizados em sua própria área, desse modo renovando-se sempre. Vão a conferências e seminários de professores para ouvir novas idéias. Mas, a noção de militância é diferente. O processo libertador não é só um crescimento profissional. É uma transformação ao mesmo tempo social e de si mesmo, um momento no qual aprender e mudar a sociedade caminham juntos.

[Em: Medo e ousadia – O cotidiano do professor]

Sonhar não é apenas um ato político necessário, mas também uma conotação da forma histórico-social de estar sendo de mulheres e homens. Faz parte da natureza humana que, dentro da história, se acha em permanente processo de tornar-se.

[Em: Pedagogia da esperança]

“O compromisso seria uma palavra oca, uma abstração, se não envolvesse a decisão lúcida e profunda de quem o assume. Se não se desse no plano do concreto.”

[Em: Educação e Mudança]

“A primeira condição para que um ser possa assumir um ato de comprometido em ser capaz de agir e refletir.”

[Em: Educação e Mudança]

“A educação é permanente não porque certa ideológica ou certa posição política ou certo interesse econômico o exijam. A educação é permanente na razão, de um lado, da finitude do ser humano, de outro, da consciência que ele tem de sua finitude. Mais ainda, pelo fato, de ao longo da história, ter incorporado à sua natureza não apenas saber que vivia mas saber que sabia e, assim, saber que podia saber mais. A educação e a formação permanente se fundam aí.”

[Em: Política e Educação]

“É possível vida sem sonho, mas não existência humana e História sem sonho.”

[Em: Política e Educação]

“A educação é um ato de amor, por isso, uma ato de coragem. Não mero debate. A análise da realidade. Não pode fugir a discussão criadora, sob a pena de ser uma farsa.“

[Em: Educação como prática da liberdade]

Voltamos...

Olá caros leitores,

Primeiro pedimos que nos desculpassem, pelo tempo que passamos sem ter postado nada. Não desistimos do blog. Andávamos um tanto ocupadas com as nossas atividades pessoais, além do clima de instabilidade do movimento não nos deram condições de propor análises, porém, já estamos preparando alguns textos para voltarmos.

O momento se faz cada vez mais necessário, nos mobilizarmos com criticidade, reflexão, incisão e apontar perspectivas.

Então sejam novamente bem vindos, e sintam-se à vontade para acompanharem, criticarem, fazerem colocações, e sugerirem algo.

Atenciosamente,

Organização do blog.